VAGINISMO



Você já ouviu falar sobre Vaginismo? Esse problema é mais comum do que você imagina. Em 2012, assim que me casei, percebi que tinha dificuldades para ter relações sexuais. Eu achava que era apenas um medo bobo, já que perdi a virgindade após o casamento. Minhas amigas brincavam comigo dizendo "libera logo", "relaxa e goza", "para de frescura", etc... Mas não é frescura, é algo muito sério e que deve ser tratado com um profissional.



Vaginismo: O que é?

O vaginismo é uma disfunção sexual feminina que consistem em espasmos involuntários da vagina durante durante a penetração, ou tentativa de penetração, causando dor ou impossibilitando o ato sexual. Os espasmos são causados por contrações involuntárias do músculo do assoalho pélvico ao redor da vagina. Isso acontece quando a mulher não tem o controle da musculatura dessa musculatura, ou seja, é uma reação pélvica involuntária. Muitas vezes a mulher que sofre de vaginismo nem mesmo sabe que a reação do músculo está causando os espasmos ou o problema com a penetração.

O que causa o vaginismo?

Essa contração incontrolável da musculatura do assoalho pélvico vem da associação de medo e dor numa espécie de ciclo vicioso: o medo, normalmente inconsciente, faz a mulher contrair fortemente a musculatura da vagina em momentos relacionados ao sexo, como por exemplo num momento de excitação sexual ou quando o parceiro tenta se aproximar. Esta contração, causada pelo medo, torna a tentativa de penetração dolorosa. A dor causa mais medo, que leva a mais contração, a mais dor e assim por diante. É importante diferenciar o vaginismo de outras dores que podem ocorrer antes, durante ou depois da relação sexual, as chamadas dispareunias. Existem inúmeras causas de dispareunias, como infecções, atrofia, mal formações, falta de lubrificação, problemas urinários, intestinais e ginecológicos. O vaginismo pode ser um dos diagnósticos já que, muitas vezes, ocorre sobreposição entre eles. O problema pode ser dividido conforme a época do aparecimento, em primário quando ocorre desde o inicio da vida sexual e secundário quando acontece depois de um período de relações normal.


Tratamento para vaginismo

O vaginismo é altamente tratável e uma recuperação completa é o resultado mais frequente do tratamento. O tratamento do vaginismo com bons resultados não requer medicamentos, cirurgia, hipnose ou outras técnicas invasivas complexas. Ao seguir um programa de exercícios fisioterapêuticos claro e fácil, o ato sexual prazeroso e sem dor é possível na maioria das mulheres.


O vaginismo é caracterizado pela contração involuntária dos músculos (espasmo) ao redor do orifício da vagina, causando dor, dificuldade e até impossibilidade de manter relação sexual, sem causa física. Alguns estudos questionam a causa destes mecanismos que levam à dor como sendo desencadeada da mesma maneira que a vulvodinea localizada, que é a dor pela manipulação da entrada da vagina.
É frequente nos depararmos com casais que não expõem este tipo de problema, o que acaba levando a sentimentos de raiva, culpa, frustração, rejeição e distanciamento entre o casal. Alguns estudos mostram que menos de 30% das pacientes com sintomas do vaginismo se consultam por este problema. Por isso, sua incidência é muito difícil de estimar, mas pode ocorrer em cerca de 5% a 17% das queixas.
A dor na hora da relação sexual – causada muitas vezes pelo medo e estresse excessivo – é um problema que tem nome e afeta de 3% a 5% da população feminina. Muitas vezes encarado como “frescura”, o vaginismo tem cura e merece atenção.
Frases como: “você precisa relaxar” ou “toma um vinho que passa” são ouvidas com certa frequência por quem sofre do distúrbio. Mas  a mulher que tem vaginismo se sente totalmente incapacitada para o sexo, pois seus músculos vaginais se contraem involuntariamente e a penetração se torna inviável por causa da dor.
De acordo com a ginecologista e sexóloga Carolina Ambrogini, coordenadora do Centro de Apoio e Tratamento do Vaginismo (CATVA) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), na maioria das vezes a causa do problema é psicológica. Mulheres que tiveram uma educação muito rígida e religiosa, em que a virgindade é muito valorizada, podem desenvolver vaginismo. Traumas e abusos também podem estar relacionados ao distúrbio. “São mulheres que têm dificuldade de ter relação sexual porque contraem tanto a musculatura que não conseguem permitir que o pênis chegue nem perto da vagina”, explica a dra. Ambrogini. “É importante destacar que somente um ginecologista não consegue ajudar a mulher. É preciso que o profissional seja especializado em sexologia, porque senão a paciente acaba indo de médico em médico sem conseguir resolver o problema. Isso só gera uma angústia enorme”, conta.
O tratamento depende de cada caso, mas em geral engloba exercícios de relaxamento da musculatura vaginal, além de técnicas de respiração, inserção de dilatadores vaginais e psicoterapia. “O importante é a mulher saber que existe tratamento”, completa a médica.
O tratamento oferecido no centro da Unifesp é gratuito. A interessada deve, primeiramente, telefonar para agendar uma palestra geral sobre sexualidade, a qual deve assistir antes de ser encaminhada a uma consulta. O médico, então, vai tentar identificar a origem do problema e mandá-la para a equipe de psicólogos, fisioterapeutas, entre outros especialistas. “Um dos principais problemas que geram o vaginismo é o medo de sentir muita dor. Temos atualmente cerca de 50 mulheres em tratamento. Há casos de pessoas que estão há mais de 20 anos casadas, mas sofrem com o problema”, diz a dra. Ambrogini.
Ela conta ainda que muitas vezes os parceiros acabam “contribuindo” com o fato de a mulher adiar a busca pela solução do distúrbio. “Geralmente, nós percebemos que os namorados e maridos são muito ‘bonzinhos’, que entendem a situação, afinal, há outras maneiras de fazer sexo. Com isso, vão deixando a mulher estender o problema por muito tempo”, relata a ginecologista.
O período de duração do tratamento também depende de cada caso, mas pode ser de meses ou até anos. “As mulheres chegam aqui muito desanimadas, com a autoestima baixa. Por isso é importante dizer que é possível solucionar o problema, que a taxa de sucesso é extremamente alta. A gente mostra o caminho, basta querer”, esclarece.

A questão toda é: Tenho vaginismo e estou preparando meu corpo para engravidar! Tenho certeza que vou conseguir!


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